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domingo, 21 de julho de 2013

Deus é de Todos, Não Só dos Católicos.

Redação: Surfando Com a Notícia
Prof. José Reis


O Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, que começa na próxima segunda-feira (22), irá "conclamar os governos a escutar as ruas" e indicará "as linhas básicas que darão a tônica de seu pontificado". O pontífice tem ligações estreitas com a tendência argentina da Teologia da Libertação e colocará a Igreja ao lado dos pobres, aproximando-se dos preceitos da Teologia da Libertação, movimento que reformulou a atuação da Igreja na América Latina e do qual Boff é um dos maiores expoentes. A Teologia da Libertação sempre esteve presente. Uma coisa é a oposição que tinha o Vaticano, que ouvia muito mais os críticos da Teologia. Outra coisa é a Igreja no Brasil e na América Latina, que vem da linha pastoral. 




O próprio MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é criação da Igreja da Libertação, nascido de uma sacristia. O PT (Partido dos Trabalhadores) teve como fundadores as igrejas de base. Aqui a Teologia sempre esteve presente. Ocorre que, como era polêmica, tinha certa invisibilidade. Com o processo de secularização, o sagrado na Igreja ficou restrito às imagens. A outra dimensão é de dar mais visibilidade à Igreja e ao cristianismo. Francisco vai ter uma visão mais aberta. Ele coloca o acento não na Igreja, mas nos povos do mundo. Ele enfatiza que Deus é de todos, não só dos católicos.

O papa admite que a Igreja e todos nós estamos confusos sobre o caminho da humanidade, mas temos que cuidar da terra, um dos outros, caso contrário vamos ao encontro de uma grande catástrofe. Ele procura descobrir como o cristianismo pode ajudar a evitar essa catástrofe.
Francisco vai fazer uma conclamação para os governos escutarem as ruas, escutarem os jovens. As causas deles são verdadeiras, e os governos têm de escutá-los. Eles reclamam por mais participação, por uma democracia com o povo. Ele vai desafiar os jovens com seu entusiasmo, seu senso de sonho, utopia. Ele tem uma perspectiva bem diferente do Bento 16, que mantinha um diálogo difícil com a modernidade. Acho que essa jornada vai ser um desafio para os jovens de inaugurar uma nova fase da Igreja.


Antes de iniciar reformas na Cúria Romana, Francisco reformou o próprio papado. Ele é um papa que deixa o palácio, mora onde todos os hóspedes moram, renuncia a títulos de poder, se sente mais Bispo de Roma do que papa e pede para não ser chamado de sua santidade. Com isso, ele quer dizer 'nós somos irmãos ou irmãs', 'estou no meio de vocês'. É uma perspectiva diferente, mais ligada à vida cotidiana dos fiéis, à capacidade de perdão e misericórdia. Na Jornada, ele dará as linhas básicas que vão ser a tônica do seu papado. Ele já deu sinais de que defende a abertura de diálogo com judeus e muçulmanos.

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