Por Luciano Ribeiro
Depende do intervalo de
tempo considerado. Em períodos curtos de até um século, o volume é constante,
sim. "Nesses casos, ocorrem mudanças no estado da água, mas a quantidade
total não se altera", diz o físico Edmo Campos, da Universidade de São
Paulo (USP). Isso significa que sempre a mesma quantidade evapora de rios e
oceanos (que contribuem com 98% do vapor), retorna ao estado líquido nas
chuvas, abastece os reservatórios, infiltra-se em lençóis subterrâneos e fica
armazenada nas geleiras. Mas em escalas de tempo muito longas, como as eras
geológicas - que podem durar mais de 300 milhões de anos -, a tendência é
perder água. "Na atmosfera, a água em forma de vapor pode escapar para o
espaço", afirma Edmo. Os raios ultravioleta do Sol conseguem decompor a
molécula de água, fazendo com que o oxigênio e o hidrogênio que a formam se
desliguem e retornem à forma de gás.
Como o hidrogênio é muito
leve, a tendência é que alguns átomos se desprendam da atmosfera e fujam para o
espaço. Esse processo acontece hoje, com intensidade tão pequena que é
impossível observar os efeitos. Só se pode verificar se o planeta tem menos
água em um intervalo de milhões de anos. Nem por isso o destino da Terra é
secar de vez. "Com o tempo, o Sol também tende a esfriar, diminuindo o
ritmo da perda de vapor", diz Edmo.
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