Por Luciano Ribeiro
Falar de sexo com crianças
e adolescentes é papel dos pais, certo? Sim, mas é importante que esse assunto
também seja abordado em outros ambientes de convivência dos jovens,
principalmente na escola. Afinal é no ambiente de estudos que aparecem as
principais mudanças nas relações afetivas entre as crianças e os jovens: no
primeiro ciclo de aprendizagem, o namoro inocente; já no Ensino Médio, namoros
que fomentam vontades e descobertas sexuais se tornam mais comuns.
"Hoje o sexo é
abordado livremente na televisão e nas revistas. É preciso tratar do assunto
também na escola", diz Ademar Francisco da Silva, coordenador da Escola
Estadual Ary Corrêa, de Ourinhos, interior de São Paulo. "A escola tem de
informar os alunos e tirar suas dúvidas, porque estudante precisa conhecer
cientificamente o que acontece com seu corpo", completa. Ainda que o
assunto seja tabu para muitas famílias, é preciso assumir o tema precisa ser
abordado com os jovens já que o sexo está presente na vida.
Qual deve ser o foco da
discussão sobre sexo? A pesquisa "Retrato do Comportamento Sexual do
Brasileiro", realizada pelo Ministério da Saúde em 2009 com 8 mil pessoas,
mostra que 35,4% dos brasileiros fizeram sexo antes dos 15 anos de idade. É fato:
crianças e adolescentes estão descobrindo a sexualidade e os limites do próprio
corpo cada vez mais cedo. Por isso o foco deve ser a orientação sexual, mesmo.
É preciso passar a informação sem reforçar mitos e preconceitos e
possibilitando o diálogo da forma mais aberta possível. E isso deve acontecer
tanto na escola quanto em casa.
"Existe uma crença
equivocada de que fornecer Educação Sexual é o mesmo que incentivar a
inicialização da vida sexual na escola", diz Isabel Botão, técnica do
Departamento de DST/ AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela
acredita que é indispensável a criação de um canal confiável de debate sobre o
tema nas escolas, local onde as crianças e os adolescentes passam a maior parte
do tempo. "Sexo faz parte do cotidiano do jovem, não adianta negar",
diz.
educarparacrescer
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Obrigado pelo(s) seu(s) comentário(s)