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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Educação Integral

Por Stephanie Kim Abe


Você sabe o que é Educação Integral? 63% da população brasileira já ouviu falar desse termo. Para 40% dessas pessoas, Educação Integral significa aumento da carga horária na escola, enquanto apenas 22% o associam a atividades extracurriculares.
As porcentagens são resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social, em parceria com o Datafolha, para avaliar a percepção dos brasileiros sobre o tema. A amostra da população brasileira contou com 2060 pessoas, de 132 municipíos (sendo 38% da região metropolitana e 62% delas do interior), de 16 anos ou mais.
A constatação revela a necessidade de informar a população sobre o tema. A Educação Integral vai além do aumento da carga horária e inclui preencher esse tempo com atividades diversificadas, dentro e fora da escola. Uma vez apresentados a esse conceito, 90% dos entrevistados consideraram necessária a educação integral para o futuro das novas gerações. 

Saberes e iniciativas diferentes
Para Patrícia Mota Guedes, especialista em gestão educacional e gerente da Fundação Itaú Social, isso mostra como é importante pensar no território, na diversidade da oferta e nas diferentes modalidades de Educação na hora de elaborar e implementar políticas públicas de Educação Integral. “Tem saberes que estão fora da escola. Se você se isola, você perde muito”, disse a especialista.

A pesquisa também mostrou que a população aprova diferentes cenários para a implantação de uma política pública de Educação Integral. São eles: a parceria com ONGs, que desenvolveriam projetos com as crianças; a parceria com clubes, igrejas e espaços públicos, como forma de utilizar diferentes espaços da cidade com as atividades extracurriculares; e o projeto de escola de Educação Integral, nas quais os alunos ficariam pelo menos 7 horas por dia no próprio colégio, tendo aulas das matérias curriculares e outras atividades, como Artes, Inglês, Música e Teatro.
As três iniciativas tiveram ótimas aprovações na pesquisa, com média entre 8,8 e 9, em uma escala de 0 a 10 quanto à importância do projeto para a formação das crianças, apesar de algumas ressalvas – como a preocupação com a transparência e corrupção em casos de parcerias com ONGs e a influência da religião no ensino. Menos de 10% entrevistados deram notas entre 0 a 6 para as propostas.
Patricía acredita que, se não houver uma visão que explora todas as parcerias possíveis, “nunca vamos chegar em 2020 [em referência a meta 6 do novo Plano Nacional de Educação, em tramitação no Senado] para oferecer tudo isso”. “Não dá para pensar em um só modelo, porque senão não haverá equipe, infraestrutura ou recursos que dê conta dessa demanda”, explicou ela.

Importância da família
A necessidade de fomentar o debate público em torno do tema também foi apontada como um desafio. Como a garantir a participação efetiva dos pais e das escolas na elaboração das políticas públicas pelo governo? Os entrevistados – 42% dos quais têm filhos de até 18 anos – consideraram que após a escola (com 90% dos votos), a casa é o segundo ambiente de aprendizagem mais importante para crianças e adolescentes. “Na implementação [das políticas públicas de Educação Integral], o importante é a articulação da família. Ela tem um papel como parceira daquela política”, explicou a Patrícia.


Outros dados
A melhora no nível da Educação foi a explicação de 50% dos entrevistados para a importância da Educação Integral, seguida da ocupação do tempo livre (30%), de uma forma de evitar a criminalidade e uso de drogas (2%), do investimento no futuro e da despreocupação dos pais (12%). 68% dos entrevistados não apontaram nenhuma desvantagem no método de Educação Integral.

Para aqueles que se mostraram contra a Educação Integral, os motivos foram as ideias de que ficar mais tempo na escola é desnecessário e cansativo, que os filhos precisam passar mais tempo com a família e que o baixo nível do ensino público não incentiva um período integral de aulas.

Guia Políticas de Educação Integral
Durante a palestra de lançamento da pesquisa, ocorrida em São Paulo, foi apresentada a plataforma online Guia Políticas de Educação Integral: orientações para implementação no município. Criada pela Fundação Itaú Social e pelo Centro de Estudos de Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC), o Guia tem como objetivo orientar gestores públicos na implantação de políticas de Educação Integral.

O site dá um passo a passo que vai desde o planejamento até a execução da política pública, destacando práticas que devem ser consideradas no meio do caminho – como a necessidade de fazer uma gestão participativa, ideias de proposta curricular, diretrizes gerais, planos de ações e parcerias. Também há uma área para consulta de publicações, vídeos e indicações de outros sites e portais que abordam o tema.
educarparacrescer

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