Por Stella Rios
Costuma-se dizer que a morte de um artista ajuda a agregar um bocado de valor à sua obra. Um tanto mórbido, é verdade. Mas é fato que muitos mestres das artes deixaram legados que valem muito mais dinheiro do que eles provavelmente viram em vida. Por isso, saiba: caso queira participar do próximo leilão, é bom estar preparado para abrir a carteira e dar adeus a alguns milhões de dólares.
Os Jogadores de Carta, de Paul Cézanne (1892/93)
Quanto: 260 milhões de dólares (U$ 250 milhões, sem correção monetária)
Quem comprou: A família real do Qatar, em 2011. A compra milionária tornou quadro de Cézanne uma das obras de arte mais valiosas atualmente pertencentes a um acervo privado.
No. 5, 1948, de Jackson Pollock (1948)
A obra do artista americano Jackson Pollock com um preço de venda de 140 milhões de dólares, negociado em 2006. Quando ajustado à inflação de hoje, esse valor sobre para 151,4 milhões. O comprador não foi identificado, mas quem se desfez do bem e levou a bolada para casa foi Devid Geffen, co-fundador da Dreamworks SKG e da Geffen Records. Símbolo do expressionismo abstrato, a profusão de redes intercontectadas foi pintada sobre uma placa de fibra em 1984.
La Rêve, de Pablo Picasso (1932)
Quanto: 155 milhões de dólares
Quem comprou: O famoso empresário de Wall Street, Steven A. Cohen, em março de 2013. Cohen estava de olho no retrato de Marie-Thérèse Walter, antiga amante de Picasso, desde 2006. Steve Wynn, então dono do quadro, pretendia vendê-lo ao empresário por 137 milhões de dólares, mas teve que cancelar o negócio depois que acidentalmente perfurou a tela com seu cotovelo. Ops. A pintura foi restaurada e a venda, enfim, concluída.
Woman III, de Willem de Kooning (1951/53)
É ocupado por uma tela expressionista. Da autoria de Willem de Kooning, nascido na Holanda, "Woman III" faz parte de uma série de seis quadros pintados entre 1951 e 1953. Até 1994, a obra ficou exposta no Museu de Arte Contemporânea de Teerã, no Irã. Depois da revolução de 1979 que transformou o país em uma república islâmica, a exibição da pintura foi proibida pelo governo do aiatolá Khomeini. Debaixo dos panos, o quadro foi paulatinamente passado para frente no mercado das artes. Sua última parada foi na coleção privada de Steven A. Cohen, bilionário americano do mundo das finanças. Feita em 2006, a aquisição custou 137,5 milhões de dólares (148,7 milhões em valores correntes).
Retrato de Adele Bloch-Bauer I, de Gustav Klimt (1907)
Adele era a mulher de Ferdinand Bloch-Bauer, um rico empresário que patrocinava a carreira do pintor austríaco Gustav Klimt. Por isso, foi a única pessoa a ser retratada duas vezes pelo artista. O primeiro dos quadros, "Portrait of Adele Bloch-Bauer I", foi vendido pela última vez por 135 milhões de dólares. Atualizado para 146 milhões em valores de hoje, o montante foi desembolsado pelo executivo e filantropo Ronald Lauder em 2006. Desde então, a tela pode ser conferida na galeria Neue, na cidade de Nova York.
Retrato de Dr. Gachet, de Vincent van Gogh (1890)
Responsável por tomar conta de Vincent van Gough em seus últimos dias de vida, o doutor Gachet foi a inspiração para um quadro pintado pelo artista impressionista em 1890. A obra foi vendida pela primeira vez em 1897 por meros 300 francos. De lá para cá, passou de mãos em mãos e chegou inclusive a ser confiscada como parte de uma campanha nazista para livrar a Alemanha da chamada arte degenerativa. Em 1990, o “Retrato do Dr. Gachet” foi arrematado em Nova York por 82,5 milhões de dólares. Corrigido pela inflação, o montante vai a 137,6 milhões, fazendo deste o quadro mais caro já vendido em leilão. Com a morte do novo dono, o bilionário japonês Ryoei Saito, o paradeiro de uma das obras mais conhecidas de Van Gough permanece uma incógnita no mercado da arte.
Le bal du moulin de la galette, de Pierre-Auguste Renoir (1876)
Retratando a vida parisiense do século XIX, o quadro "Le bal du moulin de la galette", de Renoir, também foi vendido ao japonês Ryoei Saito em 1990. O preço da transação atingiu 78,1 milhões de dólares, equivalentes a 130,3 milhões nos dias de hoje. São duas as versões da tela, ambas com o mesmo nome. A maior encontra-se pendurada nas paredes do Musée d'Orsay, em Paris. Especula-se que a menor, vendida a Saito há mais de duas décadas, foi negociada em um acordo confidencial depois do empresário japonês amargar dificuldades financeiras com suas companhias. Os rumores dão conta que a obra, frequentemente apontada como uma das mais representativas pinturas do Impressionismo, está hoje na Suíça.
Garçon à la Pipe, de Pablo Picasso (1905)
Pintado em 1905 durante a fase rosa do espanhol Pablo Picasso, "Garçon à la pipe" foi vendido em 2004 por 104,2 milhões de dólares. Corrigido pela inflação, o valor da transação bate em 120,2 milhões de dólares. A obra deixa transparecer o estilo adotado por Picasso nos seus primeiros anos como artista e é considerada por muitos a principal tela deste período que ainda permanece sob domínio privado. Se o nome do afortunado que arrematou o quadro permaneceu em segredo, o valor desembolsado por ele despertou polêmica por parte dos críticos de arte, que consideraram o montante demasiado alto para uma tela que não figura entre as obras primas de Picasso.
O Grito, de Edvard Munch (1895)
Quanto: 121,1 milhões de dólares (U$ 199,9 milhões, sem correção)
Quem comprou: O empresário estadunidense Leon Black, em 2012. Amante da arte (e com muito dinheiro para gastar na paixão), Black tem uma coleção com valor estimado em mais de 750 milhões de dólares, que inclui desenhos de Vincent van Gogh e Raphael, aquarelas de J.M.W. Turner, e pinturas de Pablo Picasso. Depois da compra, o mais famoso quadro de Munch foi exposto no MOMA, museu de arte moderna de Nova York, e pode ser visitado até o fim deste mês de abril.
Nu, folhas e busto, de Pablo Picasso (1932)
A tela "Nu au Plateau de Sculpteur", negociada em 2010 por 106,5 milhões de dólares. Se descontada a inflação que atualiza o valor das quadros que a precedem na lista, esta é a obra com maio preço de venda pública na história da arte. Quem a levou para casa fez o lance por telefone e preferiu não ser identificado. Terminada em 1932, a pintura retrata Marie-Thérèse Walter, musa e amante de Picasso. Por quase 60 anos, o quadro figurou na coleção do casal Sidney e Frances Brody, de Los Angeles. Durante todo esse tempo ele só veio a público uma única vez, por ocasião do aniversário de 80 anos do artista, celebrados em 1961.
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