Por Luciano Ribeiro
Palácio do Planalto vibrou com o aumento de 1,9% das vendas do varejo em julho, mas, um dia após a boa notícia, foi atropelado pelo Banco Central, que anunciou queda de 0,3% na prévia do Produto Interno Bruto no primeiro mês do terceiro trimestre
O Brasil começou o terceiro trimestre do ano no vermelho. Cálculos do Banco Central que tentam prever o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que o país encolheu 0,3% em julho. Com o estoque da indústria encalhado, o mercado de trabalho morno e a expansão da renda em ritmo moderado, é dado como certo um resultado minguado também para agosto e setembro. As expectativas, antes positivas para a última etapa de 2013, agora começam a se frustrar.
O terceiro trimestre do ano foi aberto por um mês de resultados contraditórios. Enquanto o comércio surpreendeu, ao crescer 1,9% em julho, a produção industrial manteve o comportamento errático e recuou 2%. O receio dos especialistas é de que a fragilidade da economia contamine também os últimos três meses do ano, que, historicamente, são muito bons, por causa das festas natalinas. “Há chances de não haver retomada nem no terceiro nem no quarto trimestres”, disse Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank. “Será que essa expansão do varejo tem condições de se manter? Parece-me que não. O PIB do segundo trimestre, com avanço de 1,5% foi apenas um suspiro”, ponderou.
Frente à queda do PIB em julho calculada pelo Banco Central, o IBC-Br, o governo tentou contemporizar. Em viagem a Uberlândia (MG), para acompanhar a cerimônia de formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a presidente Dilma Rousseff minimizou o número da autoridade monetária. “Não basta o PIB crescer, tem que crescer para vocês. Não basta o PIB melhorar, a saúde tem que melhorar. Nós temos de trazer mais médicos para atender a população desse país”, disse. “Não basta o PIB crescer, se não houver cada vez (mais) empregos de melhor qualidade. Agora, é muito importante que, com tudo isso, o PIB cresça”, acrescentou.
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