Por Stella Rios
A avaliação, feita pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é aplicada a
jovens de 15 anos a cada três anos. A pesquisa mede o desempenho dos estudantes
em três áreas do conhecimento – leitura, matemática e ciências. Em 2009, o
Brasil ficou na 54ª posição no ranking.
Entre os pontos destacados em
relação ao Brasil também está o aumento percentual de estudantes matriculados.
De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15 anos frequentavam a
escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos adolescentes nessa faixa
etária.
"Não só a maioria dos
estudantes brasileiros melhorou o desempenho, mas também o Brasil aumentou a
taxa de matrículas nas escolas primárias e secundárias", informa o
relatório. Segundo o texto, as taxas de escolaridade para jovens de 15 anos
aumentaram de 65% em 2003 para 78% em 2012. "Muitos dos alunos que agora
estão incluídos no sistema escolar vêm de comunidades rurais ou famílias
socioeconomicamente desfavorecidas, de modo que a população de alunos que
participaram na avaliação do Pisa 2012 é muito diferente da de 2003",
destaca o documento .
Mesmo com a evolução dos alunos
em relação à matemática, o Brasil ainda está abaixo da média da OCDE, ficando
no patamar de países como a Albania, Jordânia, Argentina e Tunísia. Comparando
com a América Latina, a performance brasileira está abaixo do Chile, México,
Uruguai e da Costa Rica. Porém, o país se saiu melhor do que a Colômbia e o
Peru. A pesquisa ressalta que metade dos ganhos obtidos pelo Brasil em
matemática se deve ao desenvolvimento econômico, social e cultural dos
estudantes.
Apesar dos avanços, o Pisa mostra
que há desafios em relação ao aprendizado de matemática. Na área, são seis os
níveis de proficiência, sendo que o sexto nível é atingido apenas por 4,2% dos
estudantes dos países que participaram do exame. A média brasileira atinge
apenas o nível 1. Em um gráfico mais detalhado é possível observar que pouco
mais de 60% dos estudantes brasileiros que participaram do exame estão no nível
1 ou abaixo dele. Pouco mais de 20% atingiram o nível 2. A porcentagem de
estudantes que atingiu os níveis de 3 a 6 não chega a 20%.
Em leitura, o Brasil subiu de 396
pontos em 2000 para 410 pontos em 2012, colocando o país no mesmo patamar da
Colômbia, da Tunísia e do Uruguai, abaixo da média da OCDE. Na América Latina,
os estudantes brasileiros tiveram performance inferior aos colegas chilenos,
costa-riquenhos e mexicanos. Mas, se saíram melhor do que os argentinos e
peruanos. O estudo atribui a evolução do Brasil nesse item somente aos avanços
econômicos e sociais no período.
A pesquisa mostra que 49,2% dos
estudantes brasileiros conseguem, no máximo entender, a ideia geral de um texto
que trate de um tema familiar ou fazer uma conexão simples entre as informações
lidas e o conhecimento cotidiano. Apenas um em cada duzentos alunos atinge o
nível máximo de leitura. Ou seja, cerca 0,5% dos jovens são capazes de
compreender um texto desconhecido tanto na forma quanto no conteúdo e fazer uma
análise elaborada a respeito.
Em ciências, o desempenho
brasileiro também ficou abaixo da média, no nível da Argentina, Colômbia,
Jordânia e Tunísia. O Brasil ficou, nesse item, atrás do Chile, da Costa Rica,
do Uruguai e do México, mas à frente do Peru. Desde 2006, a performance
brasileira saiu dos 390 pontos e chegou aos 405 em 2012. O estudo mostra que
cerca da metade dessa evolução deve ser atribuída a mudanças demográficas e
socioeconômicas da população.
Tribunadabahia
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