O ministro Joaquim Barbosa, criticou os partidos políticos no Brasil, dizendo que
eles são de "mentirinha" e só "querem o poder pelo poder".
"Nós temos partidos de mentirinha. Nós não nos
identificamos com os partidos que nos representam no Congresso, a não ser em
casos excepcionais. Ele disse que o povo brasileiro não vê consistência
ideológica e programática em nenhum dos partidos no Brasil. E nem seus partidos
e seus líderes partidários têm interesse em ter consistência programática ou
ideológica. Querem o poder pelo poder". Isso dito em faculdade de Brasília
- o IESB (Instituto de Educação Superior de Brasília), Onde ele é professor.
Barbosa critica também ao Congresso, que, para ele, se
notabiliza pela "ineficiência e incapacidade de deliberar", o que o
torna submisso ao Executivo.
"Poder que não é exercido é poder que é tomado, exercido
por outrem e, em grande parte, no Brasil esse poder é exercido pelo Executivo",
disse.
"O problema crucial brasileiro, a debilidade mais grave do
Congresso, é que ele é inteiramente dominado pelo Poder Executivo. Há um
domínio institucional do Executivo sobre o Congresso Nacional",
acrescentou.
O presidente da Corte defendeu ainda o fim do voto obrigatório
no país e a implantação de um sistema de voto distrital. Para ele, os
brasileiros não se sentem representados pelos parlamentares eleitos. De acordo
com o ministro, a Câmara dos Deputados é composta "em grande parte por representantes
pelos quais não nos sentimos representados".
"Passados dois anos da eleição ninguém sabe mais em quem
votou. Isso vem do sistema proporcional. A solução seria a adoção do voto
distrital para a Câmara dos Deputados. Teríamos que dividir o país em 513 distritos",
afirmou.
"Tenho certeza de que a representação nacional ganharia e
muito com a representação dessas pessoas em qualidade. Teríamos 70 ou 80
deputados realmente voltados para o interesse das pessoas. Hoje temos um
Congresso dividido em interesses setorizados. Há uma bancada evangélica, uma do
setor agrário, outra dos bancos. Mas as pessoas não sabem isso, porque essa
representatividade não é clara."
Sem citar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 33, aprovada
recentemente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que submete
decisões do STF ao crivo do Congresso, ele disse que o eventual controle do
Judiciário pelo Legislativo representaria o fim da Constituição.
"Você permitir que a decisão do Supremo seja submetida ao
Congresso e depois a um referendo, isso significaria o fim da Constituição de
88, pois eliminaria o controle judicial", afirmou.
"Se levadas adiante essas tentativas, nós teríamos
destruído a Constituição brasileira, todo mecanismo de controle de
constitucional que o Supremo exerce sobre as leis."
Fonte: BOL
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