Redação: Surfando Com a Notícia
Autora Luciene Azevedo Dias
Feira, feira livre...
Olha a batata, banana e chuchu,
Olha a pinha, a manga e o caju...
Assim começou nossa cidade
A princesa do Sertão
Cidade por demais acolhedora
Que trouxe o vaqueiro com seu gibão!
Ê boiada, ê ê boi
Vamos tocando esse gado
Para os longínquos sertões
E assim passa o vaqueiro
Escrevendo a história
Que hoje povoa nossa memória.
Feirantes e vaqueiros
Contribuíram com a formação
Do povo desta querida terra
A princesa do sertão
Hoje o povo feirense
Os homenageiam de coração.
Os vaqueiros hoje são lembrados
Como personagens importantes da história
Mas, ainda no nosso sertão
Alguns sobrevivem, além da memória
Precisam ser tratados e reconhecidos
Com respeito e zelo merecido.
Tombados como patrimônio cultural
Do nosso Nordeste querido
A esses homens bravos e solitários
Que nosso sertão, desbravou
O nosso respeito e apreço...
Nossos feirantes de outrora
Quando essa cidade, começou
Lutava para o pão á sua mesa levar
Hoje sua história não é diferente
E ainda pela cidade
Muitos estão a vagar
Levando o sustento para a família
Quebrando a cabeça dos governantes
Pois á margem ainda sofrem
Centros de abastecimentos
Não foram suficientes
Para acabar com seu sofrimento.
Ainda é um grande desafio
Acomodá-los decentemente
Pois o progresso é gritante
Numa cidade com aparência
De selva de pedra, gigante
Que ainda não acolheu com zelo
Os nossos queridos feirantes.
São 180 anos, de grandes desafios
Nossa cidade se agigantou
Para os lados e para cima, cresceu
E, muitos forasteiros acolheu
Está agora na hora
De acolher, os que origem lhe deu.
Á nossa Princesa do Sertão!
Princesa sorridente
Que completa hoje 180 anos!
Com ruas largas, não mais descalças,
Ao invés de ruas com pedras avermelhadas
No seu lugar agora, asfalto escuro, frio e distante...
Com ele, foram-se suas peculiaridades:
A feira na Avenida Getúlio Vargas, não mais...
Agora, além do Centro de Abastecimento,
Ela se espalha pela Av. Senhor dos Passos, pela Rua
Marechal...
Tinha que ser, peculiaridades da nossa feira...
Não mais criança, descuidosa de sua beleza
Mas, ainda, a nossa Princesa do Sertão.
Não mais, com vaqueiros subindo e descendo com o seu gado,
Contudo, com cavalos, mulas e jegues, dividindo o trânsito
com carros e transeuntes...
Ainda formosa , bendita, e acolhedora,
Que a cada dia, abriga no seu seio: forasteiros, estrangeiros, passageiros...
Que graça, quando ao anoitecer, podemos admirar, o seu branco luar...
Hoje, os feirenses despertam numa feira sangrenta,
violenta...
As crianças não mais brincam à noite debaixo da lua,
De pique esconde, pega-pega e baleado
Pois, se assim o desejarem, correm o risco de encontrarem
uma bala perdida...
De clima agradável, amanhece e desperta a linda princesa...
Soberana, altiva,
para festejar com todos os feirenses
Seus 180 anos, de alegria, crescimento, sofrimento e
felicidade...
São anos de luta, sobrevivência e majestade.
Viva a nossa querida Feira, que é velada e protegida por
Senhora Santana,
A querida avó de Jesus, e nossa também.
Guarda ó Santana, a nossa Feira, para sempre, amém!!!
Uns
e outros transeuntes...
Uns vão para lá...
Outros vêm para cá...
Assim, acontece no rodo anel de Feira de Santana...
Uns vêm de passagem, e, desejam não mais retornar...
Outros vêm em busca da sobrevivência,
E, resolvem ir até mais um pouco adiante...
Uns vêm um parente visitar...
Outros vão um parente levar...
Cidade aconchegante, atraente e cheia de graça...
Desperta a paixão
de uns...
E a descoberta do amor, de outros...
Uns a odeia, porque não pôde seu amor conquistar...
Outros a ama, porque seu amor, assim pôde roubar...
A uns, foi dada a oportunidade de crescimento...
A outros, todo um descontentamento...
Pela saudade deixada pelos entes que partiram...
Ou pelo amor não correspondido...
De toda forma de sorte,
Uns e outros transeuntes,
fizeram dessa cidade,
Sua morada,
De São Paulo, Rio, Ceará, Minas, Paraná...
Muitos vieram para aqui morar...
Pois há 180 anos, ela se mostrou acolhedora...
Com toda sua beleza e contradições,
Altivez e simplicidade,
Assim é nossa amada cidade.
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