Aonde vai para a educação brasileira?
Até as escolas privadas estão perdendo a qualidade
Se a notícia sobre a qualidade da
educação é ruim para a rede pública de ensino do país, ela é ainda pior para as
escolas privadas.
Pela primeira vez desde que o
Ideb foi instituído, em 2005,
a rede privada teve queda nas notas do ensino médio e no
último ano do fundamental (o 9º ano).
A explicação pode estar no
aumento de egressos da rede pública, em razão do aumento da renda dos
brasileiros nos últimos anos.
No ensino médio, os ganhos
obtidos desde o primeiro índice foram perdidos, de acordo com o MEC.
Em 2005, a rede privada teve
nota 5,6. O desempenho se repetiu nos dois exames seguintes e, em 2011, subiu
para 5,7. Agora, registrou a pior marca: 5,4 pontos.
As notas obtidas pelos colégios
particulares caíram em 18 Estados em comparação ao Ideb anterior.
Para ter uma ideia, na rede
pública, 16 Estados tiveram queda desde 2011 na mesma etapa de ensino.
Mesmo com a queda, no entanto, as
escolas privadas ainda têm notas mais altas do que as da rede pública.
COMPARAÇÃO
Isso significa que, pelo menos no
ensino médio, a qualidade da educação piorou mais na rede privada do que nas
escolas públicas.
Só houve melhora do ensino médio
privado no Acre, em Roraima, em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Em alguns Estados, como Rondônia,
Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro, o ensino médio público melhorou e, no
privado, houve queda.
No 9º ano do ensino fundamental,
que também é avaliado pelo Ideb, a rede particular de ensino também teve mais
notícias negativas do que a pública.
Nessa etapa de ensino, 11 Estados
brasileiros tiveram pior desempenho na rede privada em comparação com os dados
do Ideb de 2011. Na rede pública, a queda foi menor: em 7 Estados do país.
Para Ernesto Faria, coordenador
de projetos da Fundação Lemann e especialista em educação, o aumento do número
de matriculados na rede privada de ensino pode ser uma possível explicação para
a queda de qualidade nesse segmento no Ideb.
Isso aconteceu por causa da
melhoria econômica recente. Muitas famílias optaram pelo ensino pago.
De 2010 para 2013, a educação básica
privada teve um crescimento de 1,1 milhão de matrículas. Enquanto isso, o total
de matriculados na educação básica do país teve queda de 51,5 milhões para 50
milhões no mesmo período.
Isso fez com que a participação
da rede privada no total de alunos matriculados subisse de 14,7%, em 2010, para
17,2%, em 2013.
MELHORA
O ensino privado só se sai melhor
na avaliação do 5º ano do ensino fundamental.
Nessa etapa, a rede privada caiu
em relação à avaliação de 2011 apenas em Rondônia. Na rede pública, para
comparação, o resultado piorou em três Estados –Amapá, Maranhão e Pará.
O MEC avalia todas as escolas da
rede pública de ensino no 5º ano e 9º ano do ensino fundamental e no último ano
do ensino médio.
Na rede particular, a avaliação
não é feita em todas as escolas e sim por amostragem, de maneira que seja
representativa para o país. Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo(s) seu(s) comentário(s)