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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Organização de protestos pode indicar 'novidade' política no Brasil

Por José Reis
Os grandes protestos que vêm se alastrando por diversas cidades brasileiras nos últimos dias pegaram de surpresa não apenas políticos e autoridades, mas também analistas, que ainda buscam entender o impacto e as conseqüências que as mobilizações podem ter na vida da sociedade brasileira.
Por conta disso, especialistas de diversas áreas ouvidos pela alguns meio de comunicação  concordam que o modo como as manifestações são organizadas pode indicar uma nova forma de se fazer política no país. Os analistas, no entanto, discordam quanto às conseqüências e o futuro do movimento.
Estudiosos de todos os seguimentos sociais e econômicos foram  pegos de surpresa. Ninguém esperava que os protestos assumissem as proporções que assumiram, diz alguns especialistas.
Para alguns especialistas, o motivo para essa surpresa deve-se, ao fato de o nosso país  não estar vivendo em condições econômicas e políticas parecidas com outros lugares onde surgiram grandes protestos recentemente, como os países atingidos pela crise na Europa ou pelos movimentos da Primavera Árabe.
Não é nenhuma situação de depressão econômica, desemprego e cortes de benefícios sociais, nem é uma ditadura como em alguns países árabes. O movimento não tem nada a ver com inflação e também a ver com PIB pequeno ou coisas desse tipo. É uma revolta política, claramente política.          Na avaliação de  historiadores, os cartazes com dizeres contra os partidos políticos levados por manifestantes em diversas cidades do país evidenciam o que ele classifica como "uma rejeição à elite política e aos gestores públicos brasileiros", causada por fatores que vão desde as más condições do transporte público ao modo como grandes eventos estão sendo organizados no país, passando por escândalos políticos como o compra de apoio político.
Para conhecedores do assunto, algumas novidades apresentadas pelo movimento de protestos, como a espontaneidade, a ausência de lideranças claras e o fato de ele estar sendo organizado na forma das  redes sociais, torna difícil fazer avaliações sobre o impacto e o futuro das mobilizações.Este  movimento é espontâneo, derivado das redes sociais e  não tem lideranças específicas
Especialistas, concordam  que a mobilização pela diminuição nos preços das tarifas dos ônibus serviu como um estopim para que os manifestantes expressassem um descrédito mais amplo contra as instituições políticas.Para eles, as manifestações  encontram grande parte de seu poder de mobilização nas redes sociais, e acabaram se consolidando como um movimento "antipartido político" o que pode indicar uma nova forma de se fazer política."Os manifestantes  estão fazendo política, estão fazendo uma política mais honrosa do que a dos partidos. É uma nova forma de fazer política nas ruas, da própria multidão".
Embora  grupo que está na rua não conte com as características de organização e mobilização vistas na maioria dos movimentos sociais e partidos, as manifestações não devem enfrentar dificuldade para mobilizar adeptos."As redes sociais já têm uma forma própria de mobilização que já está consolidada. É uma mobilização por causas, não por ideologias, diz os especialistas, que as redes sociais estão exercendo um papel muito  amplo.
"As redes sociais estão fazendo o papel da verdadeira democracia, porque a verdadeira democracia é participativa e não representativa".
As manifestações em São Paulo desde o início, afirmam alguns especialistas que a "horizontalizarão " do Movimento Passe Livre representa uma novidade no Brasil, mas diz que a entrada de outros grupos  nas manifestações e a diversificação de reivindicações pode criar distensões e fragmentações.
A cada protesto, uma quantidade maior de pessoas adere o  Movimento Passe Livre que  tem como principal bandeira de luta a revogação do aumento das tarifas e também, no longo prazo, a tarifa zero. “Mas também vê outras pessoas pegando carona nos protestos.

 Cientista político avalia que a proliferação de pautas possa acabar por comprometer o impacto do movimento pelo passe livre. Para algum  cientista , o futuro do movimento de protesto vai depender de como ficará a correlação entre as diversas forças de reivindicação . Especialistas  avaliam  que a posição antipartidárias de algumas pessoas que participam das manifestações pode acabar por criar divisões e rivalidades dentro dos  movimentos.O Movimento Passe Livre  é  um movimento apartidário, mas não antipartidário. 
Fonte: Bol. 

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