Por José Reis
Os grandes protestos que vêm se alastrando por diversas
cidades brasileiras nos últimos dias pegaram de surpresa não apenas políticos e
autoridades, mas também analistas, que ainda buscam entender o impacto e as conseqüências
que as mobilizações podem ter na vida da sociedade brasileira.
Por conta disso, especialistas de diversas áreas
ouvidos pela alguns meio de comunicação concordam que o modo como as manifestações são
organizadas pode indicar uma nova forma de se fazer política no país. Os
analistas, no entanto, discordam quanto às conseqüências e o futuro do
movimento.
Estudiosos de todos os seguimentos sociais e
econômicos foram pegos de surpresa. Ninguém
esperava que os protestos assumissem as proporções que assumiram, diz alguns
especialistas.
Para alguns especialistas, o motivo para essa surpresa deve-se, ao fato de o nosso país não estar vivendo em condições econômicas e políticas parecidas com outros lugares onde surgiram grandes protestos recentemente, como os países atingidos pela crise na Europa ou pelos movimentos da Primavera Árabe.
Para alguns especialistas, o motivo para essa surpresa deve-se, ao fato de o nosso país não estar vivendo em condições econômicas e políticas parecidas com outros lugares onde surgiram grandes protestos recentemente, como os países atingidos pela crise na Europa ou pelos movimentos da Primavera Árabe.
Não é nenhuma situação de depressão econômica,
desemprego e cortes de benefícios sociais, nem é uma ditadura como em alguns
países árabes. O movimento não tem nada a ver com inflação e também a ver com
PIB pequeno ou coisas desse tipo. É uma revolta política, claramente política. Na avaliação de historiadores, os cartazes com dizeres contra
os partidos políticos levados por manifestantes em diversas cidades do país
evidenciam o que ele classifica como "uma rejeição à elite política e aos
gestores públicos brasileiros", causada por fatores que vão desde as más
condições do transporte público ao modo como grandes eventos estão sendo
organizados no país, passando por escândalos políticos como o compra de apoio
político.
Para conhecedores do assunto, algumas novidades
apresentadas pelo movimento de protestos, como a espontaneidade, a ausência de
lideranças claras e o fato de ele estar sendo organizado na forma das redes sociais, torna difícil fazer avaliações
sobre o impacto e o futuro das mobilizações.Este movimento é espontâneo, derivado das redes
sociais e não tem lideranças específicas
Especialistas, concordam que a mobilização pela diminuição nos preços
das tarifas dos ônibus serviu como um estopim para que os manifestantes
expressassem um descrédito mais amplo contra as instituições políticas.Para eles,
as manifestações encontram grande parte
de seu poder de mobilização nas redes sociais, e acabaram se consolidando como
um movimento "antipartido político" o que pode indicar uma nova forma
de se fazer política."Os manifestantes estão fazendo política, estão fazendo uma
política mais honrosa do que a dos partidos. É uma nova forma de fazer política
nas ruas, da própria multidão".
Embora grupo que está na rua não conte com as
características de organização e mobilização vistas na maioria dos movimentos
sociais e partidos, as manifestações não devem enfrentar dificuldade para
mobilizar adeptos."As redes sociais já têm uma forma própria de mobilização
que já está consolidada. É uma mobilização por causas, não por ideologias, diz os
especialistas, que as redes sociais estão exercendo um papel muito amplo.
"As redes sociais estão fazendo o papel da verdadeira democracia, porque a verdadeira democracia é participativa e não representativa".
"As redes sociais estão fazendo o papel da verdadeira democracia, porque a verdadeira democracia é participativa e não representativa".
As manifestações em São Paulo desde o início,
afirmam alguns especialistas que a "horizontalizarão " do Movimento
Passe Livre representa uma novidade no Brasil, mas diz que a entrada de outros
grupos nas manifestações e a diversificação
de reivindicações pode criar distensões e fragmentações.
A cada protesto, uma quantidade maior de
pessoas adere o Movimento Passe Livre
que tem como principal bandeira de luta
a revogação do aumento das tarifas e também, no longo prazo, a tarifa zero. “Mas
também vê outras pessoas pegando carona nos protestos.
Cientista
político avalia que a proliferação de pautas possa acabar por comprometer o
impacto do movimento pelo passe livre. Para algum cientista , o futuro do movimento de protesto
vai depender de como ficará a correlação entre as diversas forças de
reivindicação . Especialistas avaliam que a posição antipartidárias de algumas
pessoas que participam das manifestações pode acabar por criar divisões e
rivalidades dentro dos movimentos.O
Movimento Passe Livre é um movimento apartidário, mas não antipartidário.
Fonte: Bol.
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