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quarta-feira, 3 de julho de 2013

A Torcida Brasileira É A Mulher De Malandro

Por Stella Rios


Mulher de malandro, aquela que apanha mas não deixa de amar. Toma porrada, mas sempre volta para quem lhe maltratou. A torcida brasileira é a mulher de malandro da vez.

Há quantos anos a torcida sofre maus tratos? Com um futebol ruim ou broxante – a seleção de 1994 deixava alguém excitado? -, canalhice de todo tipo por parte da CBF, cartolas safados ou, na melhor das hipóteses, apenas incompetentes, mudança de “casa” do Brasil para Londres, pouco (ou nenhum) comprometimento de muitos daqueles que vestiam o uniforme.
Parecia ter havido um rompimento. E as tantas vezes em que a seleção foi vaiada no Brasil pareciam mostrar um caminho sem volta. Divórcio entre seleção e torcida. Mas não era bem assim.
A torcida estava louca pela volta da sua paixão. E, tal qual malandro esperto, a seleção que abusou dos maus tratos reapareceu e cumpriu o script da reconquista. Deu flores, palavras bonitas, pediu desculpas e, quando tinha a vitória nas mãos, deu o golpe definitivo: um inesquecível orgasmo.
Quase todos os problemas seguem vivos, a começar pela dona da seleção, a CBF. Mas a mulher de malandro, neste caso, só tem olhos para aquele que ama. A torcida quer amar a seleção e não pede em troca nada além de jogadores dedicados e que mostrem a vontade da conquista. Um bom futebol, jogadores que amem aquela camisa e aquele esporte tanto quanto cada um dos torcedores ama.
Como uma boa mulher de malandro, a torcida brasileira pede muito pouco. E, se der a ela este pouco, a seleção terá gratidão, amor e orgasmos à disposição. E, com este pouco, vai longe. Muito longe.
Fonte: cartacapital

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