Por Luciano Ribeiro

A verdade precisa ser dita: os romances virtuais existem e são uma cômoda solução para
momentos em que a vida está monótona e carente de paixão. Você
começa a se corresponder com alguém e, sem que sua agenda se modifique, sem que
seja preciso criar uma vida dupla real, sem que os corpos se
encostem ou sequer se encontrem, há uma paixão e encantamento em curso.
Quem não gosta da adrenalina do começo? Quem não quer os frutos saborosos que a
autoestima há de colher com o encantamento alheio? Aparentemente, nada do mundo
real está em jogo.... e isso é um engano. A paixão virtual não vira um desastre
quando alguém descobre ou só por causa disso. Ela pode ser um problema bem
antes disso e por outras razões.
Apaixonar-se pelo que alguém
escreve há de cravar mais dúvidas no fundo do peito sobre a vida que se leva
com o parceiro que se escolheu, do que quando o interesse é meramente físico.
Achar alguém atraente e fantasiar, desejar essa pessoa, é comum e relativamente
fácil de lidar. Você pode escolher que aquilo pertence ao mundo da fantasia,
como tantas outras coisas, e até vivê-la silenciosamente na virtualidade do seu
pensamento e intimidade. O envolvimento por escrito é mais do que uma coisa “de
pele”. Amarra coração e mente. Para os solteiros acho até mais interessante do
que ir arrumadinho para a noite a fim de pegar alguém. O texto que lhe seduz
lhe envolve a alma, a história que lhe prende lhe faz perder o fôlego. Se você
está no meio de uma relação, a sensação de que tem mais intimidade com o amante
virtual do que com o real, vai fazer da vida amorosa um caos. Manter alguém é
mais difícil do que conquistar. Dilemas só são positivos quando inevitáveis.
Fonte: koisasdekasais
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