Um estudo publicado no
periódico Neurology, da Academia Americana de Neurologia, traz boas notícias
para os amantes de chocolate. De acordo com o artigo, tomar duas xícaras de
chocolate quente por dia pode ajudar a melhorar o fluxo sanguíneo no cérebro de
pessoas idosas — o que contribui para aperfeiçoar a atividade de diversas
regiões do órgão, como a memória. O chocolate, porém, parece ajudar somente nos
casos em que o fluxo já se mostra deficiente.
"Estamos
aprendendo mais sobre o fluxo sanguíneo no cérebro e seu efeito nas habilidades
de raciocínio", explicou Farnazeh A. Sorond, autora responsável pelo
estudo, ao Neurology. "Algumas áreas do cérebro precisam de mais energia
para desempenhar suas tarefas, implicando na necessidade de um maior fluxo de
sangue. Essa relação pode cumprir um importante papel em doenças como o
Alzheimer, por exemplo."
Pesquisa — Para chegar
à conclusão, os pesquisadores reuniram um grupo de 60 pessoas com cerca de 70
anos de idade. Durante um mês, os voluntários tomaram diariamente duas xícaras
de chocolate quente — que foi única maneira de ingestão do chocolate. Ao final
do período, todos foram submetidos a testes de memória e habilidades de
raciocínio, além de passarem por ultrassonografias.
Um grupo com 18
participantes que já apresentavam fluxos sanguíneos deficientes foi o único a
apresentar melhoras na memória com a ingestão do chocolate quente. Além da
redução do tempo necessário para resolver um desafio de memória (de 167 para
116 segundos), houve também uma melhora de 8,3% na distribuição do sangue para
o cérebro. Nos demais participantes, a experiência não surtiu efeito.
Flavonoides — Um estudo
anterior, realizado na Universidade de Áquila, na Itália, já havia descoberto
os benefícios do chocolate para a memória e raciocínio de idosos com a cognição
comprometida. Segundo os cientistas italianos, os efeitos deviam-se à presença
de flavonoides (compostos com propriedades antioxidantes) no cacau — quanto mais
amargo o chocolate, ou seja, quanto maior a sua quantidade de cacau, mais
flavonoides ele tem.
No estudo comandado
pelos americanos, a presença dos flavonoides também foi testada: metade do
grupo recebeu doses de chocolate quente rico em flavonoides (609 miligramas),
enquanto a outra metade, uma versão pobre em relação ao composto (13
miligramas). De acordo com os pesquisadores, a concentração de flavonoides não
teve relevância nos resultados finais do estudo.
Fonte:Veja
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