Por Stella Rios
Dos oito longas nacionais mais vistos do ano, cinco são comédias - encabeçadas por De pernas pro ar 2, que estreou em dezembro de 2012 e foi assistida por 4,7 milhões de pessoas
O cinema nacional vai fechar 2013 com 115 filmes lançados. É
um número a que não se chega desde a chamada retomada, há duas décadas - a
média em geral fica em 80 títulos anuais. O resultado se credita não só a
blockbusters, como Minha mãe é uma peça (com 4,5 milhões de espectadores) e Vai
que dá certo (2,7 milhões), mas também aos chamados filmes médios, com público
entre 100 mil e 500 mil pessoas, caso de A busca (351 mil) e Cine Holliúdy (450
mil).
A porção do mercado alcançada pelas produções brasileiras
está em 18,8%, quando no mesmo período de 2012 era de 8% (o ano acabou fechando
em com 10,6% de market share). A renda superou R$ 240 milhões, ou seja, mais do
que dobrou em relação ao ano passado, computada em R$ 100 milhões.
Diretor de Faroeste caboclo, Fontoura furou o bloco do riso
e chegou em sexto lugar no ranking, com 1,5 milhão de ingressos vendidos, atrás
de Somos tão jovens (1,7 milhão). Ele mesmo trabalha no momento numa comédia:
está começando a captar para Radical chic, versão cinematográfica do personagem
de Miguel Paiva.
Em atividade há quase 50 anos, o diretor não tem uma
bilheteria tão expressiva desde os anos 60/70, quando lançou Copacabana me
engana (1968) e A rainha diaba (1974). “Agora o mercado é muito mais difícil.
Eu estreei com 400 cópias junto com o Homem de ferro 3, que tinha mil.”
Paulo Sérgio Almeida destaca o papel importante dos filmes
médios nesse bom momento. “Foram 15 filmes médios nesse ano; em 2012, não
tivemos isso. Não estamos mais naqueles extremos: ou blockbuster, ou filme de
público muito reduzido. O cinema brasileiro se aproxima de uma fase de
pré-indústria, ou seja, começa a se olhar a longo prazo. Glauber dizia que
filme bom é aquele que tem data marcada para estrear. Para 2014 já existem 35
filmes com data, o que significa que há interesse dos distribuidores e exibidores.”
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