Na defensiva com as manifestações das centrais sindicais, o
governo federal prepara uma ampla reunião para negociar com os sindicalistas
uma saída política para obter apoio às medidas de aperto nas concessões de
benefícios sociais, como seguro-desemprego e abono salarial.
O encontro será na sede do Banco do Brasil, em São Paulo, na
próxima terça-feira. Ao menos quatro ministros devem estar presentes. O governo
quer sair da reunião com acordos pontuais e uma decisão de encaminhamento do
pacote no Congresso.
Presidentes e diretores das centrais vão debater o tema com
os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência), Manoel
Dias (Trabalho) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência).
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não participará
diretamente das negociações. Mas o ministério já definiu compensar as
alterações na previsão de redução das despesas em eventuais concessões aos
sindicalistas com um contingenciamento maior de gastos do Orçamento deste ano.
O governo anunciou um pacote de aperto nos benefícios mais
rigoroso do que inicialmente preparado pela equipe econômica de Guido Mantega,
apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Esse cálculo já antecipava alguma
concessão aos representantes dos trabalhadores por pressão no Congresso.
Ao ceder de um nível mais alto, o governo ainda assim
terminaria com um pacote de medidas mais duras do que as regras atuais. No
pacote, o governo aumentou de 6 para 18 meses a carência para o primeiro pedido
de seguro-desemprego, e de 6 para 12 meses no segundo.
As centrais querem reduzir o prazo da primeira solicitação a
12 meses e manter em seis meses no segundo pedido. O governo aceita negociar,
mas apresentará uma proposta intermediária para o primeiro pedido, de 14 meses.Estadão
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