Redação: Surfando Com a Notícia
Prof. Weber Gomes da Silva
Conta a história
que por volta do século XVII viviam nessa região de Santanópolis índios da
tribo dos Paiaiás até que em 1730 chega na região o colonizador português
Joaquim Gomes da Silva e sua família da cidade de São Gonçalo dos Campos,
juntamente com escravos negros para trabalhar na lavoura e na criação de gado
na Fazenda Sobrado.
Quando Joaquim
Gomes morreu, suas terras, que não eram poucas, foram divididas entre os seus
quatro filhos: Francilina, Paula, Maria e André, o qual ficou com a maior
parte, certamente por ter sido o único filho varão. Cada uma das partes das
terras de Joaquim transformou-se em uma nova fazenda. Por volta de 1850 surgem,
então, as fazendas Alto das Pombas, Queimada da Onça e Baixa da Gia.
Aos poucos,
outras famílias foi povoando a região, como os Campos, os Cerqueira, os
Estrela, os Ribeiro, os Gomes, os Brito e também por famílias de lavradores que
vão formando o povoado de Quaresma.
Mesmo quando
ainda não havia uma igreja, os poucos moradores do Quaresma nunca deixaram de
professar a fé católico-cristão e a crença no Senhor do Bonfim, seu padroeiro,
pois se reuniam numa vendinha que ficava na Fazenda Alto das Pombas, até que em
1910 foi construída a primeira igreja do Quaresma por esforço do Coronel Manoel
Campos, Sabino Brito, Alexandre Cerqueira e demais moradores.
Assim, o antigo
povoado começou a crescer e em 1922 tornou-se Distrito do Município de Irará. Algum
tempo depois, em 1942, a população percebeu que o arraial havia crescido e por
isso deveria ser chamado de Vila, como também merecia ter um novo nome. Foi
então que a Professora Maria de Lourdes Frutuoso de Araújo, uma mulher muito
religiosa, deu a ideia de chamar a nova vila de Santanópolis, que quer dizer,
cidade de Santana.
Passado algum tempo, a população
começa a desejar que o distrito devesse se emancipar de Irará, tornando-se
independente. Percebe-se aí que já estava nascendo um processo de construção de
identidade do povo santanopolitano. Por volta de 1960, conta o memorialista Sr.
Matheus Ferreira Cerqueira, que uma parte da população, liderada pela família
Campos e o Deputado Clodoaldo Campos, queriam que o distrito se transformasse
em um Município, mas outra parte, comandada pelo grupo de José Antônio de
Almeida, mais conhecido como “Zé Panela”, não queria a emancipação de
Santanópolis, pois ele temia o fim do seu prestígio junto à comunidade.
Segundo Sr.
Matheus, Zé Panela, inconformado, na tentativa de conter o avanço dessa questão
junto ao governo estadual, fez um abaixo-assinado, onde as pessoas confirmavam
o desejo de não se emancipar de Irará, alegando que no distrito só moravam 93
habitantes.
Mas, depois de
muita discussão e força política da família Campos, no dia 13 de julho de 1962,
o Governador do Estado da Bahia, Juracy Magalhães, deu autorização para que
Santanópolis se transformasse em Município.
Weber Gomes da Silva
[1] Licenciado em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana e Pós-graduando em Política e Sociedade pelo Centro Universitário Barão de Mauá (polo de Feira de Santana).
Parabéns professor e historiador Weber Gomes, pela breve síntese do histórico de nosso município.
ResponderExcluirParabéns professor e historiador Weber Gomes, pela breve síntese do histórico de nosso município.
ResponderExcluirParabéns professor Weber, todos nois somos parte dessa história.
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