Redação: Surfando com a Notícia
Prof.José Reis
Muitos pensam que sempre vão ser jovens, sadios,
sem ter problemas de saúde, sem se preocupar com seu estado social, etc. Quando
se deparam num hospital esperando por profissionais da área de saúde, é neste momento que se percebe como é a cara da
pobreza ou da riqueza!
Precise de um hospital público e veja a diferença
entre os ricos e os pobres. No hospital público chega-se num determinado
horário, mas na verdade não se tem hora para sair, pois o atendimento, quando
acontece, é demorado. Se você achar vaga para determinado especialista com quem
precisa fazer uma consulta. Além de tudo isso, é no hospital público que você
se encontra com um aglomerado de gente. Crianças, idosos, gestantes,
acidentados, presidiários, etc. Até parece que você está no meio de uma
verdadeira guerra. Pessoas amontoadas, abandonadas, enfim, jogadas á sua sorte,
ou infelizmente, ao azar.
É nesse local, que a luta pela vida, torna-se uma
batalha diária. Tem quem chegue com uma simples fatura na perna e não saia de lá,
vivo; tem quem chegue com a pressão alta e lá adquira uma infecção hospitalar,
perca o olho, o coração, o baço, etc. E quem não perde alguma parte do corpo,
perde sua dignidade, sua esperança e sua fé na cura do corpo através das mãos
humanas. Tem até quem pense: que juramentos esses profissionais da saúde
fizeram afinal?
E quando se pensa que não resta mais nada além de
se esperar por um atendimento, embora precário, depara-se com os vendedores da
esperança que, através da propagação de uma determinada fé, declara que nem
tudo estar perdido, basta tão somente que se arrependa e aceite Jesus. E em
meio á dor e a descrença, calar ainda é um dos poucos remédios que lhe restam.
“Toda desgraça para pobre é pouca”. Agonizando nos
corredores, porque a essa altura, não se tem uma maca ou muito menos uma
cadeira para sentar, ainda se é capaz de perceber, o senhor Beltrano que chega
a um determinado funcionário e lhe passa um determinado bilhete do senhor
Sicrano, a fim de que possa fazer nele um determinado exame que há meses alguém
que está ali gemendo de dor, não conseguiu fazer.
O hospital público foi feito para todos sem
distinção de raça ou classe social. Contudo, a aparência física do paciente ou
seu statu quos , lhe garante um atendimento que você não consegue nem nos
hospitais das redes particulares. “É a cara da riqueza”. E ainda se comenta: a
irmã de Fulano trabalha em tal hospital e conseguiu que se agilizasse o seu
exame que deveria ser realizado daqui há uns trinta dias.
E nas horas das refeições, o tratamento é muito
diferente. No hospital particular há todo um cuidado com o que foi recomendado
pelo médico com o acompanhamento de um nutricionista, já no hospital público,
por azar do paciente, este conseguiu uma vaga para ser internado logo no
período em que os médicos e funcionários do hospital estavam fazendo greve por
melhores condições de trabalho e nem água lhe pôde ser servida. “É a cara da
pobreza”.
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